Sem Título

Comecei inúmeros rascunhos para esta postagem.
Nenhum deles vingou.
Talvez nunca vinguem os rascunhos.
Nunca vingue a vida.
Afinal, não é ela mais um rascunho?
A merda é que esse a gente não descarta com tanta facilidade.
Ou sim.
Ah, me ignore hoje.
Me ignore sempre.
Não te obriguei a vir aqui.
Adeus.
Por hora.

Baboseira Romântica.

A escuridão ainda é pior que essa luz cinza.


.
Ele não queria.
Aquela sorte de um amor tranquilo.
Desejava um amor problemático.
Com brigas .
Discussões.
Agressões.
E no fim.
Fazer as pazes.

Luna

Oh! Captain. My Captain!

Quando eu era criança.
Sempre me perguntava para onde ia a Lua quando era dia.
Cresci, aprendi.
Que ela só muda de lugar.
Mas prefiro ainda acreditar.
Que ela foge desta Terra.
Foge desta gente.
Deste desespero constante.
Desta agonia pungente.
O mundo na minha cabeça.
Ora, como seria?
Mais justo.
Mais cinza.
Simplicidade.
Maria.

Cervello.

Fallen cold and dead.

Ele está morto.
Ele está morto.
O meu cérebro está morto.
O pensamento se esvaiu.
Desanuviou.
Quis andar pelo caminho torto.
Tropeçou, caiu.
Morreu.

Mazembe

Não importa quão seguro você esteja.
Você sempre pode cair.


"Homenagem" ao meu time do coração.

Gatilho

Sua vida era cheia de pontos.
Pontos finais.
Já é hora de você sair de casa filho, ponto.
Não quero mais você, ponto.
Não precisamos mais dos seus serviços, ponto.
Então ele resolveu que daria o ponto definitivo.


Ponto.

Solitudine

Praying for the healing rain.
To restore my soul again.

Era um homem solitário. Gostava de sê-lo.
Havia dado tudo que podia, para si, nada restara.
Apenas a solidão.
Escrevia.
Sonetos, poemas, canções.
Dele para ela.
Dela para ele.
Em seu coração era correspondido.

Pensou tê-la visto nos olhos cor de mel que atravessavam o parque.
Chamou-a, ela não ouviu.
Gritou, ela correu.
"Você sabe que eu vou te alcançar, não fuja."

É linda a melodia que fazem as folhas secas.
Quando esmagadas com brutalidade.
"Por favor, não me machuque."
As últimas palavras de solidão.
Dela para ele.

Nostalgia sei lá que número.

Não sou mais aquela criança que sabia de tudo.
Me perdi de mim.
Me perdi no mundo.
Todo tempo me parece
torpe e despropositadamente
vão.
Vazio,
viela,
escuridão.
Decerto você tinha razão.
Eu nunca soube amar ninguém.

Um olhar da Janela

Inspirado pelo Daniel Cotrim. Obrigado.

Passamos a vida a observar o tempo.
Transcorrer pela janela.
Passos e pessoas.
Sopros de vento e de amor.
Violamos e somos violados.
Na janela.
Pela janela.
Pela luz que passa por ela.

O que você jogaria na lixeira?

Todos os dias - 
sem exceção -
jogo fora as minhas mágoas
e o meu amor.
Livro-me de maus pensamentos
e dos fantasmas
que cismam em me assombrar.
Descarto as promessas,
os sonhos -
a esperança.
E de que adianta?
Se no outro dia estão todos lá
a me importunar novamente.