Carta ao meu amigo imaginário...

Críticas são sempre construtivas, mesmo que a princípio não consigamos enxergá-las assim, basta analisá-las por diferentes perspectivas. Mas há um porém que não se evidencia. Criticar é direito de quem faz melhor.


Há muito eu havia percebido que minhas construções literárias não me causavam o impacto que eu esperava. Minha preocupação com a beleza estética tirava toda a beleza e vida de tudo que eu escrevia.

Uma fase eu já ultrapassara: o reconhecimento. Mas de que adianta reconhecer o erro se não há intenção de mudança?

O esteticismo se sobrepunha ao conteúdo. Uma forma de proteção? Resguardo?

Aposto mais em covardia, medo, insegurança.
Sentimentos mais comuns à minha pessoa.

Ich bin ausgeflippt. Ernsthaft.

Eu estou surtando.
Falo sério.
A cada esquina
cada passo
cada olhar -
ich denke, ich werde mich umbringen
Sinto um vazio
(im)preenchível
Uma vontade de gritar
Je crois que je vais me tuer 
Preciso sair
preciso mudar
tomar um ar 
Watashi wa jibun jishin o korosu to omou. 
lá vai ela. jovem, bêbeba e bela. já não sabe se fez bem em largar tudo. já tem dúvida se lhe sobra alguma hombridade. ainda ontem, desistiu de querer ser amada. ainda hoje, abriu mão de querer voltar pra casa no fim do dia e ter um ombro em que deitar a cabeça cansada, o corpo cansado, a vida cansada. porque a morte é bem esse sol de trevas que não sabe se termina ou começa todos os dias.
Minhas lágrimas não caem mais,
Eu já me transformei em pó
E os meus gritos não se escutam mais
Estão na direção do Sol
Meu futuro não me assusta ou faz
Correr pra desprender o nó
Que me amarra a garganta e traz
O vazio de viver só...

Se alguém encontrou um sentido para a vida, chorou
Por aumentar a perda que se tem ao fim de tudo transformando o silencio que até então é mudo
Naquela canção,
que parece encontrar a razão
Mas que ao final se cala frente ao tempo que não para frente a nossa lucidez.