Inspirado pelas palavras da Paju. "Imagino-nos como pedras brutas, sendo moldadas, e nunca, NUNCA mais sendo as mesmas" Detalhes, oh preciosos detalhes.
Ele entrou no banheiro. Despiu-se.
Entrou no box, fechou a cortina. Ligou o chuveiro.
Deixou escorrer a água sobre o corpo, quem sabe assim se livrasse de seus erros, seus desejos inadequados, sua moral distorcida.
Num impulso tomou para si o sabonete e a esponja. Começou a esfregar-se freneticamente, tentando apagar as marcas da noite que passara, a sujeira de bocas imundas, de corpos desgastados e vazios. Sentia falta de mais alma, mais amor. Não encontraria nada disso nas ruas.
Pôs de volta no lugar seus insrumentos de tortura.
Enxaguou-se, a água morna lhe dava sono.
Desligou o chuveiro. Chuveiro, chuva... Ai, como eram bons os banhos de chuva.
Colocou o marcador na posição "Verão".
Ligou-o novamente.
Ah, como era agradável a água gelada lhe beijando a pele machucada. Aí vem novamente, a culpa, a mágoa, a maldita nostalgia. Em uma série de movimentos insanos ele começa puxar compulsivamente a cabeça para trás, numa tentativa vã de se desfazer de si mesmo.
Mas a chuva gelada sempre o acalma. Ele desliga o chuveiro. Pega a toalha e se seca suavemente. A pele ainda está sensível.
Sai do box e posiciona-se em frente ao espelho.
Aonde foi que me perdi? Que caminho errado tomei para me transformar neste monstro?
Ao observar seu reflexo no espelho, ele sorri.
Os olhos, ao menos os olhos, ainda guardam aquele menino que adorava tomar banho de chuva.
A garota anda dizendo...
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2 Ouvintes:
Lindo o seu texto! Como um banho pode ser renovador, e como pode ser ilusório também. De todo jeito, traz sempre uma inspiração embutida. Amei seu blog, estarei sempre por aqui.
Abraço.
Rafa, obrigada por ler-me... Onw!!! Bela esperança que você trouxe à tona. Tem postagem nova lá!!! Apareça! Beijo coração!
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