Poeminha infantil e desastroso.

Ele gostava de pensar sobre a ferocidade da solidão.
Aliás era só nela que ele pensava.
A voraz solidão. Infame, inescrupulosa e retroativa.
Ou radioativa. Dependendo do clima.

Pensava afinal, no homo ignobius.
Aquela espécie dominante e esquisita.
Como gostaria de ser diferente.
Um raio de sol, uma gota de chuva.
Um sopro gelado, um vento quente.

Se imaginava gaivota a voar.
Alto se ia, caía.
No mar como um belo peixe que seria.
Correndo em meio às arvores.
A se esconder do predador.
O maldito ser humano e sua arma.
Nenhum pudor.

Aquela caça agora se tornava caçador.
Aquele homem que atemorizava.
Não disfarça o terror.
Com uma patada eu o derrubo.
Ele grita ao cair no chão.
"Meu amigo, quem manda nesta floresta sou eu.
O leão."

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