Sentimentos inerentes. chapter five

Ressentimento, mágoa, amargura, ódio... Sentimentos ruins?

Não seu eu lhe disser o porquê.

Bem antes desses "tempos modernos", quando crianças de 10 anos ainda bricavam de boneca e bolinha de gude, a minha inocência (e suspeito que minha sanidade) foram roubadas de mim, por alquém que eu deveria chamar de avô.
Eu acho que foi por volta dos meus cinco anos a primeira vez que ela colocou a língua dentro da minha boca, lembro-me de ter achado divertido, afinal eu via beijos na tv, e achava o máximo. Pobre criança, não me lembro quando e como as coisas passaram dos "simples beijos" para a minha mão dentro da calça dele...
Acho que o que me serve de consolo hoje, é que ele nunca me tocou. Mas essa moléstias me causaram problemas que serão provavelmente a minha ruína em dividas com um analista qualquer.
Mas eu já tive a minha recompensa.

Quando eu tinha 11 anos, descobriu-se que o velho tinha câncer + fratura posterior na bacia = morte certa. Alguns dias antes dele falecer minha mãe me levou para visitá-lo. Foi a melhor sensação do mundo, vê-lo apodrecendo naquela cama, dependente, moribundo. Mal pude conter um sorriso, abaixei-me e lhe disse ao pé do ouvido: "Seu corpo está igual a minha alma: apodrecido. Que sua morte seja bem dolorosa.". Afastei-me e pedi a minha mãe que me levasse embora dali. Depois de três dias, acho, veio a notícia, e mais uma vez não contive o sorriso.

No enterro ainda fiz uma ceninha, chorando quando cheguei perto do corpo, chorei de imensa felicidade.

Mas ainda sim esse fantasma me atormenta, me faz sentir seu gosto antes de dormir, me faz ter nojo de mim mesma... E ainda me perguntam porque eu tenho problemas com a minha sexualidade :/

0 Ouvintes:

Postar um comentário